domingo, 30 de setembro de 2012

(Des)patologização das identidades trans será tema de seminário

  A patologização das identidades trans, com todos os dilemas e paradoxos que isso implica, será o foco dos debates que acontecerão no III Trans Day NIGS – Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades, que será realizado nos dias 9 e 10 de outubro, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Pesquisadores que estudam identidades ou expressões de gênero, ativistas dos movimentos de travestilidades e transexualidades e formuladores  de políticas públicas no campo dos direitos humanos e da saúde se reunirão durante dois dias para compartilhar vivências, reflexões e propostas em torno da população trans no Brasil, grupo com pouca visibilidade no campo das lutas LGBTTT. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas até o dia 30 de setembro. Será entregue certificado para quem tiver 75% de presença.
Organizado pelo Núcleo de Identidades de Gênero e Subjetividades (NIGS) do Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da UFSC, o seminário faz parte do circuito internacional de atividades que marcam a luta pela despatologização das identidades transexuais e transgêneros ao redor do mundo. Nesta terceira edição haverá rodas de conversa sobre três assuntos fundamentais: saúde trans e políticas públicas, o “nome social” como estratégia de inclusão e as (in)visibilidades trans. Também, um bate-papo com João W. Nery, autor de “Viagem solitária”, uma mostra cinematográfica integrada por nove filmes e curtas recentemente estreados e um manifesto visual – exposição de fotografias – intitulado “Pelas ruas… sem etiquetas!”.
O III Trans Day NIGS tem como objetivo ampliar a reflexão científica sobre temas da atualidade no campo dos estudos de gênero nacional e internacional, tendo como enfoque fundamental a (des)patologização das identidades trans e suas implicações tanto no plano subjetivo quanto no nível social e político. Ao mesmo tempo, o propósito é profundar a troca de saberes entre a universidade, os movimentos sociais e o Estado, visando contribuir para o respeito à cidadania destes grupos sociais através da implementação de políticas públicas inovadoras no campo do gênero e das sexualidades.
A primeira edição se realizou em outubro de 2010, inserindo a UFSC no conjunto de ações promovidas pela campanha mundial Stop Trans Pathologization – 2012, que visa a retirada das identidades trans dos catálogos de doenças. Especificamente, a retirada do Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders (DSM), da American Psychiatric Association, cuja versão revista surgirá em 2013, e da lista Classificação Internacional de Doenças (CID), da Organização Mundial da Saúde (OMS), que será revisto em 2014.
Em 2011 foi realizado o II Trans Day NIGS, que teve como característica a incorporação do campo das artes plásticas na reflexão teórica proposta pelo NIGS, através de um manifesto visual que teve exposição itinerante na UFSC e uma mostra de filmes sobre a temática trans. Nesta terceira edição, pesquisas, testemunhos, filmes e fotografias vão confluir novamente para promover um debate tão profundo quanto necessário.

Serviço:
O quê: III Trans Day NIGS – Seminário Transfobia, Cidadania e Identidades
Quando: 9 e 10 de outubro de 2012
Onde: Centro de Filosofia e Ciências Humanas (CFH) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), Florianópolis.
Programação e inscrições: http://transdaynigs2012.webnode.com/
Informações de contato: Simone Ávila
E-mail:
Fone: (51) 3221-5962

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Transexuais: o drama de homens que nasceram em corpo de mulher

Nascidos em corpo de mulher, eles lutam para se transformar fisicamente e pelo direito de usar o nome masculino na faculdade, no trabalho e na carteira de identidade

Por Mariana Sanches. Fotos Gabriel Rinaldi
Gabriel Rinaldi
O guarda civil Márcio Régis Vascon se formou em Direito. 
Na colação de grau pode ser chamado pelo nome social
O coração de Márcio Régis Vascon batia acelerado sob a beca preta, em uma noite quente de dezembro passado. Às vésperas de completar 40 anos, faltava a Régis dar apenas alguns passos para realizar um sonho interrompido vinte anos antes. À beira do palco, sob o olhar atento de quase 500 pessoas, no anfiteatro da Universidade Paulista, em Campinas, ele estava prestes a receber o canudo de Bacharel em Direito. As batidas desenfreadas no peito, no entanto, não eram só de alegria. Eram de aflição. Com o rosto forrado de barba, o cabelo cortado rente ao crânio, o rosto anguloso e a voz grossa, nada em Régis fazia lembrar o universo feminino. Mas, ele nasceu mulher. Em seus documentos, até hoje, consta o nome de batismo — Márcia Regina — dado pela mãe. Naquela noite, havia prometido a si mesmo que não subiria ao palco se fosse chamado de Márcia. Acionou a Defensoria Pública do Estado de São Paulo para que tivesse direito de ser chamado por seu nome social. Um ofício determinava que a faculdade o respeitasse. Quando seu nome — Márcio Régis — foi anunciado, todos os colegas levantaram para aplaudi-lo. Ao longo dos cinco anos de curso, Régis não lutou só pelo grau de Bacharel em Direito. Lutou pela própria identidade.

Régis é um homem transexual.­ Diferente da homossexualidade, a transexualidade é descrita pela ­Organização Mundial da Saúde ­como um transtorno de identidade­ de gênero, em que o sexo biológico­ não condiz com a identidade de gênero da pessoa. A condição de Régis é conhecida pela sigla FTM (Female To Male, ou feminino para masculino). É um fenômeno mais raro do que aquele em que alguém nascido homem deseja transformar-se em mulher, caso da modelo brasileira Lea T. Segundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, há uma mulher transexual a cada 30 mil pessoas e apenas um homem transexual a cada 100 mil.
Embora a transexualidade seja um fenômeno mundialmente reconhecido desde a década de 80, o Brasil avançou pouco no respeito aos direitos dos transexuais­. Enquanto a Argentina aprovou, em maio, uma lei que permite que o nome, o gênero e a foto de documentos de identidade sejam modificados por qualquer pessoa maior de 18 anos que não se reconheça no gênero registrado na certidão de nascimento, aqui, essa decisão ainda cabe ao juiz e às suas convicções. Não há marco legal ou jurisprudência em relação ao resultado de processos de troca de nome. As ações chegam a levar três anos, ou mais, para ser julgadas. E, frequentemente, o resultado é negativo. “Infelizmente, há uma influência forte dos preceitos judaico-cristãos no Judiciá­rio, o que tem impedido decisões mais progressistas”, afirma o juiz Roberto Coutinho Borba. Em 2009, em Bagé (RS), o juiz Borba deu uma das raras decisões favoráveis à troca de nome. Uma cabeleireira, conhecida na cidade como Verônica, pôde ter seu nome de registro — Antônio — substituído pelo­ nome feminino. “Ela ainda não tinha sido operada para mudar de sexo e, por isso, os meus colegas não autorizaram a troca­ de nome­. Mas ela já tinha feições femininas­ e sua vida estava completamente parada­ por conta do nome. Ela não conseguia comprovar sua identidade, abrir conta em banco,­ estudar­, porque seus documentos de homem não condiziam com suas características femininas”, afirma Borba. 

“A influência da religião no judiciário impede decisões a favor da troca de nome” Roberto Coutinho Borba, juiz de Direito
EXCLUSÃO Os juízes que optam por não autorizar a troca de nome argumentam que, sem a cirurgia de mudança de sexo, todas as transformações físicas são reversí­veis. Para eles, alterar os documentos nessa condição seria facilitar o crime de falsidade ideológica, em que uma pessoa se faz passar por outra. Na prática, a opção dos juí­zes tem excluído milhares de pessoas de escolas, faculdades, do mercado de trabalho, enfim, da ­cidadania. Isso é especialmente verdade para os homens transexuais.
No caso das mulheres trans, o desejo de se transformar costuma ser mais facilmente satisfeito. Além de usar hormônios femininos e de implantar silicone para dar forma aos seios, elas têm à disposição uma técnica cirúrgica segura para criação de vagina. O Sistema Único de Saúde (SUS) realiza o procedimento gratuitamente. Em clínicas particulares, a cirurgia de neovagina pode custar até R$ 40.000. Cenário muito diferente é aquele encontrado por homens transexuais. Se, por um lado, 100% deles sonham em ter um pênis funcional e em dimensões normais, por outro, dos cinco entrevistados por esta reportagem, nenhum se disse disposto a fazer uma faloplastia. Esta consiste num conjunto de complicadas interveções cirúrgicas que promete formar um pênis de até dezoito centímetros de comprimento. Primeiro, um tubo de material cirúrgico é implantado no braço do paciente. Durante alguns meses, tecidos e enervações serão formados em torno desse tubo. Uma nova cirurgia será feita para retirá-lo do braço. Os médicos, então, usarão a pele da superfície de uma das coxas do paciente para envolver o tubo. A pele da planta do pé serve para desenhar a glande. Tudo será incorporado à genitália do trans. Embora o Hospital das Clínicas de São Paulo já realize a faloplastia, a técnica é considerada experimental. O pênis criado a partir da cirurgia raramente é capaz de gerar orgasmos, não costuma ficar ereto e, em alguns casos, é rejeitado pelo organismo, levando à necrose de toda a genitália e de parte do sistema urinário. O pós-operatório delicado pode levar à morte.

Diante dos enormes riscos envolvidos e da posição inflexível de alguns juízes, os homens trans se viram num limbo jurídico. A ação da Defensoria Pública começa a desfazer esses nós junto às faculdades e às empresas onde os transexuais estão. É uma maneira de fazer com que eles existam e sejam respeitados em seu cotidiano, entre seus colegas de classe, chefes e subordinados. “Há um decreto estadual em São Paulo que recomenda o uso do nome social em repartições públicas. Com base nele, estamos pedindo a mudança do tratamento dos trans nas faculdades e empresas privadas. Se há resistência, ameaçamos abrir um processo judicial”, afirma a defensora Maíra Diniz. “Não importa se o trans é operado ou não, isso é apenas um detalhe. Mas o nome não é um detalhe. O direito à identidade independe do sexo biológico. Trocar o nome de alguém em documentos não é difícil e não traz insegurança. Se fosse assim, o ex-presidente Lula não poderia ter incluído o apelido no nome de registro.” 

PRECONCEITO Foi graças à atuação da Defensoria que Régis teve o reconhecimento público que tanto esperava no dia da sua colação de grau. Expulso de casa pela mãe aos 23 anos, assim que ela descobriu que ele tinha uma namorada, Régis trabalhou como babá e como servente de pedreiro, até passar no concurso para Guarda Civi­l em Campinas, São Paulo. Há seis anos, começou sua transformação física. Com a supervisão de um endocrinologista, passou a tomar uma injeção de testosterona por mês. Uma cirurgia retirou todos os órgãos sexuais femininos de Régis. Conforme a barba­ crescia e a voz engrossava, sua situação piorava entre os colegas de farda. “A convivência era delicada porque a guarda é extremamente machista. Até hoje, é frequente agressões contra travestis”, afirma Régis. “Um dos guardas chegou a me dizer que, se ele fosse Deus, pessoas como eu seriam queimadas na fogueira.” Para testá-lo, os colegas começaram a exigir resultados exemplares nos testes físicos obrigatórios. “Ficavam dizendo que era na corrida que eles queriam­ ver se eu era macho mesmo.” Régis corria mais rápido do que quase todo o pelotão, o que não é exigido de mulheres. Chegou a completar os testes com o pé torcido. “Melhor isso do que aguentar as piadinhas.” Quando pediu aos superiores para que seu nome na farda passasse de Márcia Regina­ para Márcio Régis, a situação se complicou. Ele chegou a sofrer sete processos administrativos ao mesmo tempo. “Eram todos sem motivo. Fui exonerado com a ­justificativa de que eu era incompetente. Mas a guarda nunca conseguiu provar isso e acabei readmitido por mandado judicial”, diz Régis, que nunca quis deixar a farda. Reincorporado ao trabalho, em vez de Regina, passou a sustentar Vascon, seu sobrenome, na farda. Ainda assim, o comando nunca permitiu que ele usasse o banheiro masculino em vez do feminino. “Eu ia na cara de pau mesmo.” 

Exposição apresenta as diferentes percepções do corpo

Tema é abordado por três artistas em exposições de fotos, desenhos e pinturas
Obra de Eliana Borges e Cintia Ribas (foto: Divulgação)
Duas novas exposições entram em cartaz no Museu Alfredo Andersen nesta sexta-feira (28), às 19 horas. As mostras “quando não mais”, de Eliana Borges e Cintia Ribas, e “Under Construction”, do artista visual Emerson Persona, ficam expostas até 4 de novembro.

A exposição “quando não mais” resulta da parceria das artistas Eliana Borges e Cintia Ribas que, ao trabalhar com paisagem e corpo, captam o movimento por meio de fotografias. A ação performática é retratada em composições de frames, com imagens sobrepostas. Há um ano a dupla desenvolve trabalhos em conjunto e a parceria foi batizada de “aduas”. Assim, uma fotografa a outra, sempre unindo paisagem e corpo, e transformando a imagem em uma espécie de pintura com luz.

A mostra “Under Construction”, do artista visual Emerson Persona, é composta por desenhos e pinturas de pequenos e grandes formatos e apresenta a fragmentação e distorção do corpo humano, pensados a partir da relação do artista com o meio em que vive. Emerson se baseia em experiências do seu dia a dia para fazer as representações do corpo, apresentando um universo sensível, com figuras doces e violentas, as quais encenam situações que tratam a existência humana.

Serviço

Local: Museu Alfredo Andersen
Endereço: Rua Mateus Leme, 336. Centro
Data e horário: De 29 de Setembro a 04 de Novembro de 2012 (terça-feira a domingo), terça a sexta-feira, das 9h às 18h e aábado e domingo, das 10h às 16h.
Preço: Entrada Franca

http://www.bemparana.com.br/noticia/231441/exposicao-apresenta-as-diferentes-percepcoes-do-corpo 

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Mattel lança a Barbie Drag Queen, toda trabalhada no brilho


Atenta aos sinais dos tempos, a Mattel, detentora da poderosa Barbie, resolveu lançar a versão drag queen da boneca.
A Barbie Drag Queen é vendida como uma "artista performática". Tem maquiagem pesada, cabelão e muito glamour.
O vestido curtíssimo é todo bordado, acompanhado de jóias, um longo casaco de pele e um par de saltos luxo.
O precinho da fofa? 125 doláres. A criação é dos designers David Blond e Philippe Blond..

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

É isso que estão querendo fazer as crianças vestirem hoje em dia?

Colaboração envio da matéria: Andressa Proença.
                                                                                                             
 por Fabio Bracht - disponivel em: http://papodehomem.com.br/e-isso-que-estao-querendo-fazer-as-criancas-vestirem-hoje-em-dia/
Eu nunca navego no Pinterest, juro. Não faço ideia de como fui parar lá esses dias — e tudo bem, porque isso não é importante –, mas o fato é que acabei vendo algo que me subtraiu de todos os butiás que carregava comigo nos compartimentos costurados às minhas roupas: fotos assustadoras de moda infantil.
Crianças são bonitas. Que meu pai não saiba disso, sob pena de começar a perguntar “cadê os meus netos?” de novo, mas de vez em quando eu vejo algumas que até me dão vontade de ter as minhas próprias. Elas têm uma qualidade de inocência inegavelmente agradável às sensibilidades dos adultos corrompidos pela adultez. Além do mais, elas nunca vão responder “ah, naquela correria de sempre” quando você perguntar como vai a vida.
Outra coisa bonita: moda. Apesar dos excessos das passarelas, posso afirmar de maneira bem heterossexual que poucos estímulos visuais são tão apelativos ao nosso senso estético quanto uma seleção de roupas bem cortadas, combinadas e harmonizadas sobre o corpo de outra pessoa. Uma pessoa feia e bem vestida passa uma impressão melhor do que uma bonita e mal vestida. Sei disso mesmo sendo feio e mal vestido — ou talvez justamente por isso.
No entanto, o que eu vi foi que somar essa Coisa Bonita 1 (crianças) à essa Coisa Bonita 2 (moda) às vezes resulta num número negativo.
As fotos de moda infantil que vi no Pinterest (e que você também pode ver, é só fazer uma busca simples por “kids fashion”) não têm quase nada de infantil. Muito pelo contrário: atribuem valores exclusivamente adultos a seres humanos que não precisarão desses valores por um bom tempo ainda e deveriam estar celebrando este fato.
Alguns exemplos:
Imagine uma mulher adulta nessa mesma foto. A mesma expressão, a mesma tiara de flores, o mesmo vestido sendo levantado para mostrar a coxa, o mesmo cabelo cuidadosamente preparado horas antes para ficar com os cachos perfeitos, o mesmo cenário natural desfocado ao fundo. O que temos?

Que criança faz essa cara? O que há de errado em pelo menos aparecer na foto com um sorriso infantil, em vez dessa boca entreaberta, que, em adultas, é usada para expressar desejo e sexualidade?

Mesma coisa. Em fotos de adultos, uma praia deserta (ou qualquer locação vazia e externa, na verdade) evoca pensamentos de “imagine eu e ela sozinhos nessa praia”. Uma criança nesse tipo de cenário, ainda mais quando foi dirigida para fazer expressão de adulta, é algo extremamente subversivo a esses conceitos.

Quando foi a última vez que você viu uma criança dessa idade sentar desse jeito e fazer essa cara?





Pra que isso?
* * *
E os guris também estão nessa.
O principal problema nesse caso são as expressões nada infantis. Talvez eu esteja sendo anti-moderno nesse quesito, mas realmente penso ser meio “errado” — ou no mínimo estranho — uma criança estar vestida apenas em tons neutros, sóbrios, sérios, sem absolutamente nenhum toque lúdico, nenhuma cor minimamente vibrante, nenhuma alusão ao universo infantil. Como esse carinha abaixo:
Enquanto isso, esses próximos parecem prontos para pegar o carro e sair para a balada pra “catar muita mina”. Apesar de estarem a muitos anos de poderem dirigir, beber, ou mesmo se interessar pelo sexo oposto. Estou errado em achar isso errado?
 

É isso que estão querendo fazer as crianças vestirem hoje em dia?

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Beijo gay em horário eleitoral vira polêmica em Joinville

(Da mesma série Dos absurdos do presente século....)


Cena causou polêmica entre os setores conservadores de Joinville.
Um beijo gay entre dois homens em pleno horário eleitoral gratuito causou polêmica nas eleições municipais de Joiville, maior cidade de Santa Catarina. O que era apenas para estimular o debate ganhou uma proporção maior do que a esperada pelo candidato à prefeitura pelo Psol, Leonel Camasão, e bagunçou o vespeiro de setores conservadores do município.

A cena em questão não é inédita - a peça já fora utilizada na campanha presidencial do psolista Plínio Arruda Sampaio em 2010 -, porém, o posicionamento do editor do Jornal da Cidade, João Franciso da Silva, que chamou a cena de "nojenta" e "asquerosa" em coluna publicada no dia 31 de agosto, colocou a questão homoafetiva no centro do debate eleitoral.

"Nojento aquele beijo gay exibido no programa eleitoral do Leonel Camasão, do Psol. Tão asqueroso quanto alguém defecar em público ou assoar o nariz à mesa. Gostaria de saber qual a necessidade de exibir suas preferências sexuais em público? Para mim isso é tara, psicopatia. No mínimo falta de decoro. E a "figura" quer ser prefeito e se diz jornalista", escreveu o editor.

O Psol entrou com uma representação contra Silva e o periódico na promotoria de Direitos Humanos e Cidadania do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). “A atitude deste jornal é uma afronta aos direitos humanos e ao código de ética dos jornalistas. Vamos tomar todas as medidas legais para coibir esse tipo de prática”, afirmou Camasão ao site oficial de sua campanha. “Não é mais aceitável que em pleno século 21, tenhamos que assistir e ler este tipo de barbaridade.”

O deputado federal Jean Willys (Psol-RJ), importante representante dos interesses e dos direitos da comunidade homoafetiva no Congresso Federal, enviou uma carta de apoio ao seu colega de partido. "Algumas pessoas podem ver isso como uma provocação - necessária - mas eu vejo, principalmente, como um ato pedagógico", escreveu o parlamentar. 
 
Agradecimentos a Andressa Proença pelo envio da matéria.

Médico australiano perde licença por castrar quimicamente um homossexual.

DOS ABSURDOS DO PRESENTE SÉCULO...

Mark Craddock, seguidor da seita Brethren Christian, receitou ao paciente acetato de ciproterona


castração gay cura homossexual médicoUm médico australiano, membro de uma seita religiosa, perdeu sua licença após prescrever em 2008 um tratamento de castração química a um jovem que buscava “curar-se” da homossexualidade.
Mark Christopher James Craddock, seguidor da seita Brethren Christian, receitou a seu paciente acetato de ciproterona durante uma consulta que durou menos de dez minutos, publicou nesta terça-feira (04/09) o jornal Sydney Morning Herald.
O acetato de ciproterona, que tem propriedades antiandrogênicas e reduz a libido, é utilizada em tratamentos contra o câncer de próstata e desordens severas nos homens, assim como em pacientes com desvios sexuais.
Em uma carta às autoridades sanitárias, o paciente, que também era membro da seita, relatou que um dos líderes da Brethren Christian lhe recomendou consultar-se com Craddock para que lhe receitasse remédios, acrescentou a fonte.