quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Beijo gay em horário eleitoral vira polêmica em Joinville

(Da mesma série Dos absurdos do presente século....)


Cena causou polêmica entre os setores conservadores de Joinville.
Um beijo gay entre dois homens em pleno horário eleitoral gratuito causou polêmica nas eleições municipais de Joiville, maior cidade de Santa Catarina. O que era apenas para estimular o debate ganhou uma proporção maior do que a esperada pelo candidato à prefeitura pelo Psol, Leonel Camasão, e bagunçou o vespeiro de setores conservadores do município.

A cena em questão não é inédita - a peça já fora utilizada na campanha presidencial do psolista Plínio Arruda Sampaio em 2010 -, porém, o posicionamento do editor do Jornal da Cidade, João Franciso da Silva, que chamou a cena de "nojenta" e "asquerosa" em coluna publicada no dia 31 de agosto, colocou a questão homoafetiva no centro do debate eleitoral.

"Nojento aquele beijo gay exibido no programa eleitoral do Leonel Camasão, do Psol. Tão asqueroso quanto alguém defecar em público ou assoar o nariz à mesa. Gostaria de saber qual a necessidade de exibir suas preferências sexuais em público? Para mim isso é tara, psicopatia. No mínimo falta de decoro. E a "figura" quer ser prefeito e se diz jornalista", escreveu o editor.

O Psol entrou com uma representação contra Silva e o periódico na promotoria de Direitos Humanos e Cidadania do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC). “A atitude deste jornal é uma afronta aos direitos humanos e ao código de ética dos jornalistas. Vamos tomar todas as medidas legais para coibir esse tipo de prática”, afirmou Camasão ao site oficial de sua campanha. “Não é mais aceitável que em pleno século 21, tenhamos que assistir e ler este tipo de barbaridade.”

O deputado federal Jean Willys (Psol-RJ), importante representante dos interesses e dos direitos da comunidade homoafetiva no Congresso Federal, enviou uma carta de apoio ao seu colega de partido. "Algumas pessoas podem ver isso como uma provocação - necessária - mas eu vejo, principalmente, como um ato pedagógico", escreveu o parlamentar. 
 
Agradecimentos a Andressa Proença pelo envio da matéria.

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