terça-feira, 23 de outubro de 2012

Onde mora o preconceito?

 
 Casal de lésbicas se beija em frente a pessoas que participam de manifestação contra o casamento gay e adoções por casais do mesmo sexo, em Marselha, na França. O movimento Alliance VITA protestava contra a provável adoção de uma lei, a ser assinada no dia 31 de outubro, autorizando o casamento gay.
(Reportagem compartilhada pelo Facebook)


sexta-feira, 19 de outubro de 2012

Pai capaz de amamentar levanta novo questionamento sobre a maternidade

Trevor MacDonald e seu filho em foto postada no blog Milk Junkies. (Foto: Reprodução)MacDonald tem registrado a experiência de amamentar em fotos e anedotas em seu blog, Milk Junkies, por quase um ano.  Contudo, apenas em agosto seu caso ficou conhecido, após um desentendimento com La Leche League (LLL), uma organização internacional de apoio à amamentação. O pai e o orgão discordaram sobre a definição que cada um tem sobre maternidade.

A grande ironia, na verdade, é que MacDonald nasceu mulher, mas foi ‘transformado’ em homem aos 23 anos, através de tratamento hormonal e cirurgia nos seios. “Eu continuo com os meus órgãos reprodutivos femininos, mas sempre me senti (e ainda me sinto) completamente masculino. Além disso, qualquer pessoa que me visse na rua não pensaria que sou outra coisa senão um homem”, ele escreveu em um artigo que saiu na Out Magazine, em abril. Ele ainda refere a si mesmo como pai, e não mãe.

Ele também se autodenomina  homosexual e casou com o atual parceiro antes de engravidar. Antes de ter o bebê, ele pesquisou e descobriu um método de amamentação para mulheres com mastectomias (a cirurgia que fez para ter seios masculinizados).

O principal motivo para Trevor informar-se sobre o assunto é garantir ao seu filho os nutrientes que apenas o leite materno possui. Através de um dispositivo conectado ao mamilo (o SNS), MacDonald conseguiu alimentar Jacob, contando ainda com a doação láctea para incrementar sua própria produção. Para o bebê, a experiência não difere em nada em relação a uma amamentação comum. No início, contudo, Trevor relatou no blog a dificuldade em prover o bebê com leite com um tecido mamário reduzido pela cirurgia.

Até a última semana, o grande debate acerca a questão de amamentação era centrado nos dilemas de quais locais são ideais para isso e quanto tempo de duração deve ter. Mas Trevor MacDonald, o pai ousado de 27 anos, fez surgir uma questão ainda maior sobre isso: quem fica responsável pela amamentação? O pai ou a mãe?

Sim, para muitas pessoas a resposta óbvia seria a mãe. Contudo, o caso do jovem trouxe novas possibilidades e vale a pena conhecer a história para então tirar as próprias conclusões.

Depois de desempenhar os papéis de mãe com seu filho, Jacob (agora com 16 meses), Trevor esperava se tornar um dos diretores dos grupos de suporte local do LLL. Contudo, ele foi informado de que só poderia ocupar a função se fosse mulher.

Para acompanhar a trajetória de Trevor, basta acessar seu blog: Milk Junkies. No portal, ele posta fotos e histórias …

Apesar de todo o atrito, em carta ao La Leche League contestando a política que limita a participação às mulheres, o pai elogiou a instituição, reconhecendo que amamentação paterna é um território inteiramente novo e, portanto, é natural que gere alguma polêmica.

“Sem o suporte e as informações que recebi do LLL, duvido que conseguiria desepenhar essa função hoje.”, ele escreveu em carta publicada no blog. “Eu espero um dia conseguir recompensar a compaixão, o encorajamento e a perícia que fez tanta diferença na minha experiência amamentando.”



Trevor amamentando Jacob, agora com 16 meses. (Foto: Reprodução)Apesar de tudo, a organização resolveu manter a regra de que lideres de grupos poderiam ser apenas mulheres. Em compensação, a resposta enviada a MacDonald e também publicada no blog enfatiza que a missão do órgão é “ajudar todas as mães... independentemente da sua origem ou sua situação atual”. A prova é que mesmo MacDonald, que ainda se denomina como pai, recebeu o apoio do grupo.

Repercussão nacional

O caso de Trevor recebeu a atenção da imprensa canadense na última semana, levantando novos questionamentos, particularmente entre mulheres.

“A decisão da La Leche League do Canadá é descriminatória”, disse a PhD em paternidade e blogueira, Annie Urban, ao jornal Toronto Star. “Está na hora da LLL atualizar as suas regras e reconhecer que amamentação não é exclusividade materna, necessariamente.”

Já Jill, uma residente de Montreal, discorda. Em carta enviada ao Montreal Gazette, um dos veículos que cobriam todo o caso, ela defende a decisão da LLL, pois acredita que o grupo estava protegendo as mães de serem obrigadas a abrir sua intimidade para um homem.  “Eu acho que eles acertaram quando decidiram que a melhor decisão seria ter uma mulher liderando e ajudando os grupos de apoio”, ela escreveu.

Por fim, do que se trata o caso

Na realidade, esse debate sobre amamentação não se resume a tomar partidos ou posições, mas sim se extende a toda uma avaliação sobre a denifição de maternidade, paternidade e tudo o que essas fimções abrangem. O recente projeto californiano de permitir que crianças possuam múltiplos pais legalmente é outro exemplo de como a estrutura familiar está evoluindo no quesito aceitação sexual e de gênero. Além do divórcio e da criação independente.

De acordo com pesquisa realizada por instituto, dentro da atual comunidade de transgêneros, é estimado que 38% são pais. Esses números ainda tendem a crescer com o progresso científico e educacional. Isso não significa, necessariamente, que uma organização deva mudar a sua política, apesar de o caso de MacDonald provavelmente atrair mais grupos para apoiar a causa.

A maior lição que se pode tirar da polêmica entre MacDonald e LLL, contudo, é a civilidade. Diferentemente de outras controvérsias em torno do tema ‘amamentação’, essa discussão específica recebeu um olhar mais sensível (observado pela troca de elogios das duas partes, apesar do desentendimento).

MacDonald está agora solicitando que os leitores de seu blog dêem voz à sua opinião, mas continuem apoiando a LLL. “Não retirem o apoio à organização – há milhares de lideres incríveis e com mente aberta”, ele escreveu. “Não vamos esquecer o ótimo trabalho que eles desempenham!”.

Fonte: Yahoo! Shine.

Agradecimento a Andressa Proença pelo envio da materia.

 

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Preconceito

 

Porque deveria ser classificado como patologia toda forma de PRECONCEITO!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Quero ser menino


Adelaide Ivánova
Adelaide Ivánova, 30, carinhosamente conhecida como Ivi, é brasileira de Recife e desde o começo de 2011 vive em Berlim. Pra Alemanha foi mesmo por amor, dois: a fotografia e Armin.
Antes de viver em terras germânicas, foi paulistana de coração por uns anos e aqui trabalhou fotografando moda. Da moda, tirou inspiração e um senso estético que dialoga de forma única com seu estilo de imagem e os temas que escolhe. Consegue falar de dores e de alma através de imagens limpas, rosadas, granuladas e simples.


Seu mais recente projeto, de título que lembra verso de prosa “Autotomy is the ability some animals have to change or mutilate their bodies to look like something else and protect themselves from the world and I was amazed to notice that we all do it, not just sea cucumbers” ("Autotomia é a capacidade que alguns animais têm de mudar ou mutilar seus corpos para se parecerem com outra coisa e se protegerem do mundo. Fiquei espantada ao perceber que todos nós fazemos isso, não apenas os pepinos do mar"), foi a primeira série produzida totalmente em Berlim. Até o ano passado, ainda teimava em registrar o Brasil, mesmo morando fora do país e precisando fazer longas viagens pra conseguir isso. É o caso do seu último projeto realizado por aqui, It's ok to be a boy: uma série lindíssima, embebedada por poesia e construída por memórias pessoais fortes, do tipo cicatriz. Nele fotografou seus “pares”, meninas que sofreram violência sexual.


Desta vez Ivi ainda trata de sexualidade, mas de uma forma nova, tanto para seu trabalho, quanto em relação às suas experiências. Usar a fotografia pra falar de transexualidade também foi aprendizado. A convite do Centre d'art Passerelle, em Brest, na França, escolheu acompanhar por meses a rotina de dois meninos que vivem um processo de mudança de gênero. Na verdade, eles nasceram meninas, mas se consideram homens e estão no caminho para serem de fato eles, não elas.


Para a Tpm, ela contou da experiência de fotografá-los e dos aprendizados com ela. Falou ainda sobre a vontade de tratar a sexualidade mais uma vez e dos rumos que seu trabalho vai tomando.

"Engraçado, eu nunca quis fotografar meninas que viram menino. Nunca me interessou. Nunca entendi como alguém que nasce mulher pode querer ser outra coisa além de mulher. Aí o destino, me ensinando a abrir meus horizontes mesmo quando eu não quero, agiu"

Abaixo, o texto que escreveu para a nova série:

Autotomia é a capacidade que alguns animais têm de mudar ou mutilar seus corpos para se parecerem com outra coisa e se protegerem do mundo. Fiquei espantada ao perceber que todos nós fazemos isso, não apenas os pepinos do mar.
No início deste projecto, o meu desejo era fazer uma reportagem sobre dois garotos transexuais que vivem em Berlim, Miki e Kai. Por meses eu os segui em suas atividades diárias, apenas para descobrir que, se eu quisesse descrever o que é ser transexual, seguindo-os não era o suficiente. Para contar este conto, eu considerava o meu corpo - e as experiências que ele viveu e sentiu durante a produção da série - como instrumento de narração. Para falar sobre ser transexual, sob a minha perspectiva não-transexual, eu comecei a "fotografar" os questionamentos que fui confrontada com toda a realização deste projeto: a idéia do sósia, o jogo de esconde-esconde de ser vs parecer e pensamentos sobre a feminilidade, disfarce, e transformação.
Tpm. Como surgiu a ideia de fotografar a dupla?

Ivi. Ano passado fomos convidados pela curadora do Centre D'art Passerelle, em Brest (França), para produzir uma exposição coletiva sob o tema "juventude". Dentro desse espectro, cada um podia escolher uma pesquisa de seu interesse. Em princípio eu queria dar continuidade ao tema violência sexual, dessa vez aqui na Europa, mas não encontrei personagens. Em busca de um novo tema ainda ligado à sexualidade, comecei a me perguntar como é a vida de um jovem transexual. A gente vê transgenders maravilhosas como a Lea T. ou Amanda Lepore, mas elas são adultas, parecem estar bem na própria pele. E me intrigava muito pensar em como é passar por duas transições ao mesmo tempo, a da adolescência pra vida adulta, e a do gênero, tudo ao mesmo tempo. Foi aí que encontrei o tema.


Como os conheceu e por que os escolheu? Engraçado, eu nunca quis fotografar meninas-que-viram-menino. Nunca me interessou. Nunca entendi como alguém que nasce mulher pode querer ser outra coisa além de mulher. Então o projeto começou com Grete, que mora sozinha, ganha sua grana como bartender e estudou história da arte. Mas ela mudou de ideia e eu fiquei a ver navios. Aí tentei Kitana, mas a história de Kitana era mais triste, com um amante turco violento e sem estudos, e sem trabalho, e vivendo de seguro desemprego, ela era exatamanete o clichê da "vida dura de travesti" que eu queria fugir. Aí o destino, me ensinando a abrir meus horizontes (mesmo quando eu não quero), agiu: um dia, recebi um email de Michael, simplesmente se oferecendo pro projeto. Ele ouviu falar do meu trabalho na ONG em que é atendido e me escreveu.
Michael e Kai são meninas que querem ser meninos? É isso? Sim, eles nasceram menina mas sao meninos por dentro, fazem há 2 anos o tratamento de hormonio e estão na fila da cirúrgia de mudanca de sexo, que é bancada pelos planos de saúde. Tem todo um processo com terapeuta e assistente social pra conseguir uma autorização e demora. Mas é um direito e acontece sim.


Pode nos contar sobre a experiência desse tempo fotografando-os? Não foi a coisa mais gostosa do mundo porque, para além das questões de gênero, eu me deparei de novo com as questões sociais que queria evitar mas, dessa vez, me deixei levar. Michael e Kai abandonaram suas famílias e os estudos, vivem de ajuda social, não trabalham, não fazem nada e têm um nível de auto-piedade típico das pessoas com baixo nível de escolaridade em países ricos - quanto mais o governo dá, mais eles reclamam e menos agem para mudar a própria situação. Por outro lado, foi maravilhoso poder expandir minha visão do papel desenvolvido pelo corpo na construção da identidade, e poder acompanhar esse processo de maneira tão profunda como é para um transexual. Foi doloroso e muito bonito. Me influenciou bastante, também.
De que forma te influenciou? Estava sob um nível de pressão pessoal tão forte que tive uma crise de ansiedade, fiquei internada e tudo. Mexeu muito comigo, o mistério dessa transformação no corpo, até o nome "trans-gênero" era para mim um mistério, uma coisa inatingível, quase "infotográfavel" e, quando cheguei nessa encruzilhada, de achar que não consegueria contar essa história em fotos, tive um treco. Quando estive internada foi que percebi que era hora de usar o meu corpo e minhas vivências como narrador da história, daí os auto-retratos incluídos na série, as fotos encenadas e de infância, o bolo-de-rolo, etc.


Não é seu primeiro projeto que fala trata sexualidade. Primeiro o das meninas brasileiras que sofreram abuso, agora uma dupla de meninos transexuais. O que te atrai no assunto? E ainda teve o primeiro de todos, sobre androginia, feito em São Paulo em 2010. É claro que sei o que me atrai no assunto: meus traumas. E tudo bem, traumas são fonte de inspiração legítimas pra uma pesquisa em arte. O que eu tento e espero conseguir evitar é que o resultado final seja autoterapêutico. O processo é autoterapêutico, mas o resultado tem que ser universal. Mas o que me encanta para além de mim mesma, é a sexualidade ou desejos sexuais como ferramenta de autocompreensão.


Mesmo quando retrata temas polêmicos e fortes, suas fotografias continuam com cores leves, luz rosada e cenas simples e limpas. Pra você, como funciona esse diálogo? Eu acho pouco desafiador escolher um tema complexo e tratá-lo com complexidade. É a saída mais fácil: fotografar algo obscuro obscuramente. O desafio está exatamente em usar essa ambivalência, trabalhar em cima dela. Ok, eu tenho aqui na minha frente uma menina que foi molestada aos 9 anos e agora ganha prêmio de melhor atriz em festival de cinema. É lindo e, se as pessoas são tao inspiradoras, não tem como eu fotografá-las de outro jeito.
O que te inspira para criar essa estética?
 

Eu adoro fotografia de moda. Quando é boa, não tem melhor. Mas o que mais me inspira é literatura, o exercício de criar imagens mentais pras coisas que um autor descreve é de um imenso valor na hora de fotografar.
Você captura momentos não ensaiados ou planejados. E a sensação quando olho é de que alguns personagens são próximos seus, como amigos. Estou certa? Aí é que está o mistério da coisa. Michael e Kai não eram, nem viraram meus amigos. Mas eu me abri bastante, contei minha vida inteira pra que eles entendessem porque eu estava interessada neles e, quem sabe assim, eles se abrissem também suas vidas pra mim. Talvez haja intimidade nas fotos porque eles conheciam a pessoa que os estava fotografando, mais do que eu a eles. Não sei...
A série ainda está exposta na França? Tem planos de trazê-la para o Brasil? A exposição está atualmente em cartaz em Brest, na França, no Centre d'art Passerelle e em Nova York, na PowerHouse Arena, dentro da programação do Dumbo Arts Festival. A série ainda é finalista do premio do Festival de Fotografia de Nova York e foi do Festival de Fotografia de Atenas. Ano que vem, vai ser exposta no museu de Cottbus, um dos maiores da Alemanha, e depois segue pra Berlim, no Kunstverein Tiergarten. Depois não sei. Pro Brasil queria muito, mas inscrevi em dois festivais e nao foi aceito. Uma pena...

http://revistatpm.uol.com.br/so-no-site/entrevistas/quero-ser-menino.html#0

Vai lá: adelaideivanova.com

Reportagem enviada por Andressa Proença.

sábado, 6 de outubro de 2012

Concurso de mini-miss causa polêmica na França


Concursos de mini-miss estão provocando polêmica na França. Políticos de diferentes partidos e movimentos feministas denunciam a "hipersexualização de crianças" e pedem a criação de uma lei proibindo esse tipo de evento.
No fim de setembro, um concurso de beleza infantil em Bordeaux, no sudoeste da França, teve de ser cancelado devido a protestos de parlamentares e de organizações feministas.
Dois deputados socialistas escreveram uma carta às autoridades criticando os concursos de mini-miss que tornam, segundo eles, as crianças "objetos de sedução, avaliados por adultos, com uma perda total da inocência". Eles pedem que o governo proíba esse tipo de concurso e a divulgação de "imagens sexualizadas de crianças".
"Esses concursos de mini-miss contribuem para criar uma visão estereotipada das garotinhas, construída em função de sua aparência e sedução. Isso tem de acabar", diz Nicole Blet, presidente da associação feminista MFPF da região de Bordeaux.
O assunto movimenta regularmente a sociedade francesa. Pesquisas realizadas por sites de jornais revelam que a grande maioria da população é contra concursos infantis de beleza.
Esta não foi a primeira vez que políticos e associações pediram o fim dos concursos de mini-miss na França. No início do ano, a senadora Chantal Jouanno, do partido UMP, da direita, entregou ao governo um relatório de 160 páginas denunciando a "hipersexualização de crianças" e pedindo a proibição de todos os concursos de beleza na França com candidatas que tenham menos de 16 ou 18 anos. 

Para os críticos, os consursos trazem a hipersexualização de crianças. Foto: BBC Mundo
 Para os críticos, os consursos trazem a "hipersexualização de crianças"


"Essas garotas são fantasiadas em bombons sexuais, elas participam de uma corrida à aparência, à sedução e ao culto da beleza. Não posso aceitar esse reinado de futilidade e de instrumentalização das crianças", afirma a senadora.
 
Seu relatório também faz recomendações sobre imagens de meninas veiculadas pela publicidade. Os concursos de beleza com meninas vêm se multiplicando na França nos últimos anos.
"Miss Princesa" (de 7 a 9 anos), "Miss Rainha" (de 10 a 12 anos), "Graine de Miss" (Grão de Miss, em tradução literal), desfiles amadores em vilarejos, com crianças usando maiô e roupas consideradas sexy, são alguns dos eventos criados no país.
"O concurso julga mais o carisma da criança do que a sua beleza. É um divertimento para as crianças", disse à BBC Brasil Michel Le Parmentier, criador do "Mini-Miss França", que existe há 23 anos e afirma ser a única competição oficial desse tipo.
Em razão da polêmica existente, o comitê do "Mini-Miss" criou uma carta de ética, um regulamento interno que proíbe maquiagem (apenas baton transparente e purpurina nos cabelos), e também o uso de salto alto, maiô e roupas consideradas "inapropriadas".
"Mantivemos o vestido de princesa porque faz parte do espírito desse tipo de competição", afirma Le Parmentier. As novas regras também impedem a participação ao concurso de meninas com menos de 7 anos de idade.
"Essas adaptações não mudam a filosofia desses eventos, que é baseada no talento de sedução e na competição de aparências", ressalta a senadora Jouanno.
"A hipersexualização de crianças diz respeito às atividades de manequim, não os concursos de mini-miss. Concordo que é preciso proibir publicidades que sexualizam as crianças. É nessa área que a questão precisa ser regulada", diz Le Parmentier.
Ele ressalta que há exageros nos concursos infantis realizados nos Estados Unidos, onde crianças chegam a usar dentes e cabelos postiços e maquiagem pesada.
"Nos Estados Unidos, o concurso caiu em extremos. Não é o caso da França. As primeiras vencedoras na França têm hoje 30 anos. Elas se tornaram mães e não estão traumatizadas", diz ele.
No fim de outubro, o comitê inter-ministerial de direitos das mulheres deverá discutir a questão da imagem das crianças na publicidade. Por enquanto, o governo não se posicionou sobre a proibição dos concursos de mini-miss. http://noticias.terra.com.br/mundo/noticias/0,,OI6207905-EI8142,00-Concurso+de+minimiss+causa+polemica+na+Franca.html